Turistar        

Para demonstrar que "O Turista" está mesmo de volta, hoje cá vai um dos tradicionais "posts" sobre cinema, algo que sempre tentei manter neste Blog:

O filme de que vos falo, estreou na passada quinta-feira nos cinemas portugueses (tendo estreado nos EUA a 23 de Setembro de 2005 com uma enorme campanha de Marketing) e chama-se Flightplan, a mais recente longa metragem de Robert Schwentke um realizador relativamente desconhecido do grande público.

Flightplan conta a história de uma engenheira aeronáutica a morar em Berlim, cujo marido morre em condições estranhas, e que está de regresso aos EUA com a sua filha, transportando o avião no mesmo voo, o corpo do falecido marido. Os primeiros 45 minutos do filme trazem-nos uma Jodie Foster "dark", no seu melhor estilo de interpretação, prometendo
bastante, mesmo muito.

No entanto... a reviravolta no filme dá-se quando a 40000 pés de altitude Foster adormece por hora e meia e ao acordar não vê a sua filha entrando em pânico e solicitando ajuda à tripulação de voo (da qual faz parte a actriz Erika Christensen que parece finalmente bem longe dos papeis juvenis que a caracterizam). A partir daqui tudo se torna confuso e baralha-nos... Somos surpresos... Não há o nome da filha na lista de passageiros, não há cartão de embarque, ninguém viu a miúda... começa o thriller a sério.. será a filha "fruto" da imaginação de Foster e de muitos antidepressivos? Existirá mesmo na realidade?

Como engenheira que fez parte da equipa que construiu o avião onde voa, e que conhece o aparelho melhor que ninguém, Jodie Foster e vai transformar-se numa espécie de Lara Croft, para demonstrar que não está maluca, que que há uma miúda a bordo, perdida algures no avião, sendo auxiliada por um detective de policia interpretado por Peter Sarsgaard que surge um bocado "do nada" no meio do filme... Penso que esta mudança radical no estilo da actriz é penalizadora para o filme, mas só comprova a versatilidade da mesma, assumindo-se ainda como uma das melhores actrizes do momento.

Claro que não vou contar o desfecho e tudo que se passa na hora e meia a bordo do avião, mas se me parecia original um filme passado quase exclusivamente a bordo de uma aeronave, e tudo o que decorre, o final do filme surge um bocado "à martelo", dando a ideia que foi optado o caminho mais fácil e mais comercial... Acho que os últimos 10 minutos poderiam ser bem diferentes, o que beneficiaria bastante a película. Acho que aqui ganhou mesmo o cinema mais comercial!

No entanto Flightplan é um filme a ser visto... Tenta seguir uma linha de filme de Hitchcock mas penso que sai "uns furos abaixo", complicando o que poderia ser bem simples. No entanto é uma interessante mistura de thriller com drama e vale o €€€€ do bilhete.

Numa classificação de 0-20 "O Turista" classifica este filme com um 13

Turistem Muito!!